08.02.2020 | Seguindo nossa maratona por Jordânia e Israel, saímos do nosso AirBnb em Jerusalém no fim da manhã com destino a Haifa, no norte do país, onde dormiríamos as próximas 2 noites.
No caminho, aproveitamos para conhecer Ceasarea, uma cidade-porto romana construída por Herodes, Rei da Judeia. A cidade foi construída durante o domínio romano na região, em cerca de 20-10 a.C. e o nome foi uma homenagem ao imperador romano da época, Ceasar Augustus. O porto que ali existiu foi provavelmente o primeiro porto totalmente artificial construído, ou seja, sem a proteção de alguma baía ou península. A obra foi uma das grandes maravilhas tecnológicas da época e tornou Ceasarea um ponto estratégico de comércio entre Roma e o Oriente
A cidade desapareceu ao longo dos séculos e por volta do século 14 estava totalmente coberta pela areia. Desde então, escavações arqueológicas revelaram impressionantes ruínas romanas, com destaque para o Palácio de Herodes, o Teatro Romano e um Anfiteatro de 10.000 lugares composto de hipódromo e circo, onde aconteciam as corridas de bigas e as disputas sangrentas entre gladiadores. 😱





Hoje, além das ruínas, o complexo de Ceasarea possui apresentações interativas que mostram o passado glorioso dessa cidade, além de diversos cafés e restaurantes super convidativos à beira do mar. 😉
Saímos de lá já no meio da tarde e seguimos por mais 30 min até Haifa, nossa base dos próximos dias. Ficamos novamente em um AirBnb localizado próximo ao centro da cidade. Aproveitamos para descansar por algumas horas, falar com a família no Brasil e a Gabi e a Vanda ainda fizeram um spa em casa com o tradicional banho de lama do Mar Morto. 😅
A Gabi encontrou um lugar super gostoso para jantar chamado Fattoush – o restaurante ainda ficava aos pés dos jardins do Templo Baháʼí e assim pudemos admirar pela primeira vez esse local especial (mais detalhes no fim do post). O restaurante era especializado em comida do Oriente Médio e comemos super bem (até demais!), tudo isso acompanhados de um bom vinho. 🍷😋


Fomos dormir contentes e no dia seguinte saímos em direção ao extremo norte de Israel. Pra ser mais preciso, fomos até a fronteira com o Líbano, a um local conhecido como Rosh Hanikra. O local é famoso por suas grutas esculpidas ao longo de milênios pela força da água do mar. Para acessar as grutas, é preciso pegar um bondinho (um dos mais íngrimes que já vi), mas a viagem é curta. Chegando lá embaixo, o som do choque das águas com a pedra é impressionante. Há uma série de túneis e, dependendo da violência das águas no dia, eles são abertos para visitação. Pudemos visitar parte desses túneis, mas já foi suficiente para se impressionar com o lugar. 😃
Há também no local resquícios de uma antiga ferrovia ligando os 2 países que foi construída durante a II Guerra Mundial, mas que está desativada desde o fim da década de 40. Antes de ir embora, ainda demos uma passadinha na fronteira que separa Israel do Líbano, a qual também está fechada há décadas e só é usada esporadicamente por militares.








Nossa próxima parada foi o vilarejo de Akko, a poucos quilômetros de Haifa. Akko foi uma importante cidade no tempo das Cruzadas – os levantes católicos dos séculos 12-13 com o intuito de reaver a Terra Santa dos muçulmanos. A cidade foi tomada inicialmente em 1104 e recuperada pelos muçulmanos liderados por Saladin em 1187. Quatro anos mais tarde, a cidade foi retomada durante a Terceira Cruzada, voltando ao domínio árabe apenas no fim do século 13.
As ruínas dessa época incluem, entre outros, a Fortaleza dos Cavaleiros Hospitaleiros e o Túnel dos Templários. A Fortaleza servia como uma espécie de albergue / hospital para os cavaleiros e peregrinos que vinham da Europa durante a dominição cristã na região. Já o Túnel possui um total de 350m, conectando a Fortaleza principal com a Marina, e foi descoberto de maneira acidental em 1994.



Outro encanto de Akko é a sua culinária. Por localizar-se à beira-mar, a cidade tem muitas opções de restaurantes de frutos do mar, mas também opções de comidas tradicionais da região, como hummus, faláfel e doces típicos árabes. Almoçamos no El Marsa, com a vista do mar da marina ao nosso lado, e depois fomos provar os doces do Kashash. Muito bons! Os pais da Gabi inclusive decidiram levar alguns ao Brasil! 😋




Hoje, Akko é formada de judeus (70%) e árabes (30%), sendo que a parte antiga da cidade é composta majoritariamente de árabes e, por lá, ambos os grupos vivem de forma harmônica. 😉
Deixamos a principal atração de Haifa para o último dia. Acordamos cedo, tomamos café e antes das 10h já estávamos a postos no Templo Baháʼí para participar do tour guiado de 1h (horários de tour disponíveis no site).
O local é o centro da Fé Baháʼí no mundo que engloba cerca de 8 milhões de seguidores. Em poucas palavras, a religião Baháʼí prega a unidade de todas as pessoas e religiões, clamando que os ensinamentos de Deus são revelados aos humanos de forma progressiva e periódica. Sendo assim, os Baháʼí reconhecem como mensageiros da palavra de Deus os profetas Jesus, Maomé, Budá, entre outros; sendo que o último desses profetas teria sido Baháʼu’lláh, persa fundador da Fé Baháʼí que revelou ser esse novo profeta em 1863. No centro dos ensinamentos Baháʼí está a ideia de um mundo unificado, rejeitando qualquer tipo de discriminação associada a credo, raça, classe ou nacionalidade. Quem nunca ouviu falar e tiver curiosidade, vale pesquisar. Há templos espalhados em regiões diversas do mundo e inclusive em várias cidades do Brasil. 😊
Os jardins do templo são um encanto a parte e tornaram-se a principal atração do local para os turistas. São 19 terraças encobrindo o Monte Carmel, cada qual ornamentada com diversas plantas e flores extremamente bem cuidadas. A vista da cidade também é de tirar o fôlego! No centro do jardim, está o Santuário do Báb, onde estão as cinzas do principal mensageiro da vinda de Baháʼu’lláh ao mundo. Báb também era persa e foi executado em 1850, 13 anos antes da revelação de Baháʼu’lláh. No complexo (que seria como um Vaticano para os católicos), estão também os edifícios administrativos e os arquivos históricos da religião.











Antes de ir embora, ainda tínhamos mais uma atração pra conhecer: o restaurantre Ein ElWadi. Mais uma descoberta da Gabi, esse restaurante de comida libanesa / árabe nos deixa com água na boca só de lembrar. Nos deliciamos com hummus, faláfel, pita, tabuleh, makloubeh (arroz com amêndoas e frango), kofta com tahine… 🤤😅



Por fim, tomamos um cafezinho e caminhamos um pouco para baixar a comida antes de seguir para Tel Aviv, mas isso já é tema do próximo post. 😉

Deixar mensagem para Vera Nilse Cadore Piazza Cancelar resposta