19.01.2020 | Atracamos com o cruzeiro em Luxor no dia 19.01 e aproveitamos o tempo livre pela manhã para sair do navio e dar uma corridinha a beira do Nilo. 🏃♂️😉


Depois do almoço, tivemos o primeiro passeio por Luxor, o qual fazia parte do pacote do navio. Antes de entrar nos detalhes do passeio, vale explicar um pouco sobre a importância histórica dessa cidade. Luxor é o nome atual de Thebes, a cidade que foi capital do Egito durante o apogeu da sua civilização, entre os anos 2.000 e 1.000 a.C. O local é palco dos impressionantes templos de Luxor e Karnak e, acima de tudo, do Vale dos Reis, onde estão as vultuosas tumbas onde foram sepultados os principais faraós egípcios. 😃
A cidade se divide em 2 partes: West (Oeste) e East (Leste) banks e os tours seguem essa mesma lógica. É possível conhecer as principais atrações em 1 dia, mas optamos por quebrar os passeios em dois para ter mais tempo de absorver tudo com calma.
Assim, na primeira tarde fomos conhecer o East bank, onde estão os templos de Luxor e Karnak. O passeio começou um pouco atrapalhado e a empresa gastou quase 2h só na função de buscar todos os turistas que participariam do passeio conosco. 🤦♂️ Mas enfim chegamos ao primeiro templo: Karnak. O templo de Karnak está mais para um conjunto de templos do que um templo em si e suas estruturas foram construídas ao longo de milhares de anos por faraós que queriam deixar suas marcas nesse complexo monumental. As principais atrações do complexo são o grande Templo de Amun-Ra – espécie de “chefe” dos demais deuses egípcios – e as colunas grandiosas em formato de flores de papiros.











Outra atração do local é a Avenida das Esfinges, uma avenida de ~3 km que conecta o templo de Karnak ao templo de Luxor. A avenida é repleta de esfinges dos dois lados, cortando a cidade e ligando os dois principais templos. Quando visitamos o local em janeiro, a avenida estava fechada para restauração, mas parte dela seria reaberta ao público em breve.




Saímos do templo de Karnak e seguimos direto para o templo de Luxor. Chegamos lá já no início da noite quando o templo fica todo iluminado. Muito lindo! O templo de Luxor foi construído por alguns dos principais faraós do Egito, entre eles Amenhotep III, Ramses II e Tutankhamun e, apesar de menos importante que Karnak, o templo era palco de algumas celebrações da época, quando estátuas eram trazidas do templo de Karnak através da avenida das esfinges. Após o domínio romano, o local foi usado como um forte militar e, no século 14, com o domínio árabe, parte do interior foi transformado em uma mesquita que existe até hoje. Optamos por não entrar no templo, pois o tempo era curto e segundo o guia não valia tanto a pena. Assim, aproveitamos para rodear a construção e explorar os vários ângulos e faces deste lugar incrível. 😉




Voltamos para o barco, onde passaríamos nossa última noite. Chegando lá, fomos surpreendidos com dezenas de modelos de países diferentes que estavam participando de um concurso mundial e iam passar a noite à bordo. A atenção dos garçons no jantar já não era mais nossa, apesar da Gabi ser constantemente confundida como uma das modelos. Só faltou a faixa! 😅
No dia seguinte, demos adeus ao nosso barco e fomos conhecer a outra metade de Luxor: o West bank.
Começamos o dia visitando o templo de Hatshepsut, um dos mais emblemáticos na minha opinião (James). O templo, encravado na montanha, chama a atenção pela estado de conservação e beleza. Há ainda um outro fato importante: Hatshepsut foi a única mulher egípcia a se tornar faraó até onde se tem notícia. Mas e Cleópatra? Cleópatra era de origem grega/macedônica e reinou no Egito durante o império ptolemaico (iniciado por Alexandre, o Grande). Dessa forma, Cleópatra não é tão reverenciada pelos egípcios quanto se pensa… 🤔
Mas enfim, voltando a Hatshepsut, ela reinou por cerca de 20 anos e foi responsável pela construção de diversos monumentos, porém grande parte deles foi destruído pelo seu enteado que veio a assumir o poder após ela. A razão não é bem clara, mas o fato é que ele não queria que ela fosse lembrada. Apenas no século 19 o legado de Hatshepsut foi redescoberto.






Saindo de Hatshepsut, tivemos um pequeno momento de stress com o pessoal do tour por conta de seguidos atrasos. Não vou entrar em detalhes, mas vale uma observação aqui: Luxor provavelmente foi a cidade que mais nos deixou incomodados na viagem até o momento. Infelizmente, grande parte das pessoas que trabalham com turismo na região não tem respeito pelos turistas. O assédio é constante e isso me tirou do sério várias vezes. Não quero me alongar, mas acho que vale deixar o registro. Já tínhamos ouvido falar que o Egito era difícil e intenso, mas nosso interpretação é que é algo específico de Luxor (e mais especificamente de quem trabalha com turismo) e não do país. É uma pena, pois em outras partes do país tivemos ótima impressão das pessoas e fomos sempre bem recebidos e respeitados. 😕
Voltando ao que interessa, o Vale dos Reis possui um total de 63 tumbas descobertas, todas do período conhecido como “New Kingdom” (1550-1069 a.C). Os faraós da época optaram por ser enterrados nesse Vale montanhoso em formato de pirâmide ao invés de construírem suas próprias como seus antepassados. Para compensar, os faraós lá enterrados optaram por caprichar nos detalhes dos seus mausoléus. São túneis com dezenas de metros todos ornamentados e decorados com pinturas que preservam boa parte da cor até hoje. Sensacional! Além da decoração, as tumbas tinham móveis, roupas, joias e até comida e bebida devidamente aramazenadas. 😱







Uma das últimas tumbas descobertas foi a do jovem faraó Tutankhamun (tumba KV-62) em 1922 por Howard Carter. Tutankhamun é também conhecido como o faraó-menino, pois reinou entre os 10 e 19 anos de idade e sua morte ainda é um mistério. A tumba é famosa por ter sido descoberta praticamente intacta, com mais de 5000 objetos distribuídos em várias salas, entre eles a famosa máscara mortuária de quase 11kg de ouro. Os objetos mais importantes estão hoje no museu do Cairo, o qual visitamos nos nossos primeiros dias no Egito. Outro fato interessante sobre a tumba é que sua múmia foi mantida ali, diferentemente das demais que foram levadas para museus. Segundo a lenda, várias mortes inesperadas ocorreram sempre que a múmia foi retirada do local e, assim, surgiu a “maldição de Tut”. Por via das dúvidas, melhor deixar ela ali… 😬😅
A tumba de Tutankhamun, apesar de famosa, não é tida como das mais bonitas (alguns dizem que ela deve ter sido construída às pressas devido à morte inesperada do faraó). Além disso, devido a curiosidade geral, essa tumba é mais cara que as demais e então optamos por não visitar.
Nosso ingresso dava direito ao acesso a 3 das tumbas abertas ao público (de um total de ~10 disponíveis dependendo da época). Depois de um pouco de pesquisa e sugestão do guia, optamos pelas seguintes:
- KV-8 Merenptah – longo corredor de acesso sem tantas cores, tendo como destaque a câmara principal onde o sarcófago do faraó foi mantido para exibição
- KV-6 Rameses IX – muitos detalhes e cores, com destaque principalmente para as pinturas da câmara principal, atualmente esvaziada
- KV-2 Rameses IV – a mais bonita das que conhecemos por conta da quantidade de detalhes e cores preservadas (amarelo e azul se destacam) e com o sarcófago ainda em exposição






Saímos do Vale dos Reis e paramos ainda em outro templo (que não lembramos o nome, hehe), mas decidimos não visitar e apenas tomamos um café nas redondezas. Na sequência, paramos para almoçar e depois nos deixaram no nosso hostel. Passamos o resto do dia só curtindo o terraço e fazendo umas reservas para os próximos destinos. Ali, acabamos encontrando um brasileiro e fomos jantar com ele nas redondezas.
No dia seguinte, combinamos de encontrar uma espanhola (Monica) que conhecemos no cruzeiro para fazer um passeio de bicicleta. Aproveitamos o dia bonito e a temperatura amena para conhecer outras atrações menos visitadas de Luxor, mas não menos impressionantes. Fomos primeiro no Vale dos Nobres, local onde a nobreza era enterrada. Obviamente as tumbas são menores que as dos faraós, mas a beleza dos detalhes é igualmente impressionante. Ainda tivemos a sorte de encontrar uma equipe francesa de pesquisa em uma das tumbas e eles nos explicaram um monte sobre o trabalho de identificação e preservação. Muito show! 😃





Saindo de lá, paramos para conhecer a casa de Howard Carter, o descobridor da tumba de Tutankhamun. O local é um pequeno museu onde estão detalhes da vida e descoberta de Carter. Além disso, no local há uma réplica da tumba que não visitamos no Vale dos Reis. 😉


Na sequência fomos almoçar no restaurante Mohamed Cafe, um lugar bem simples, mas super gostoso que a Gabi descobriu. De lá, pedalamos mais um pouco até chegar em uma igreja cristã ortodoxa que paramos rapidamente para visitar. Terminamos o dia pedalando pelo colorido das plantações no deserto, incluindo uma linda produção artesanal de tomate seco, tudo irrigado pelas águas do rio Nilo. Nada mal! 🚲🏞😉





Rodar a cidade de bicicleta foi uma ótima forma de escapar dos tours, que conforme comentei anteriormente, deixaram a desejar por aqui. De bike dá pra fazer tudo de forma independente e explorar os templos com mais calma. Vale lembrar que é importante pesquisar antes sobre os monumentos a serem visitados, assim nenhum detalhe passa batido!
No hostel onde estávamos, nos fizeram uma proposta praticamente imperdível para passear de balão ao nascer do sol no dia seguinte (algo em torno de 50 dólares por pessoa). A princípio, não estava nos planos, mas a Gabi logo se animou e decidimos que valia a pena. Convidamos a Monica, que também topou, e no outro dia acordamos cedinho para fazer o passeio. MAS, como balão depende de condições climáticas adequadas, nosso passeio acabou cancelado por conta do vento forte… 😩 Ao menos o nascer do sol foi lindo e fez valer a noite curta. 🌅😍


No dia seguinte, recebemos umas fotos da Monica, que ainda tinha mais uma noite em Luxor e conseguiu fazer o passeio. Lindíssimo! Como a gente tinha ônibus agendado para aquela tarde, tivemos que cancelar mesmo… não dá pra ter tudo! De qualquer forma, o passeio de balão em Luxor entrou pra lista de desejos, assim já temos uma desculpa para voltar ao Egito. 😉
Como havíamos acordado cedo, decidimos aproveitar o resto da manhã. A Gabi saiu para correr pela beira-rio de Luxor, enquanto eu, a Monica e mais um conhecido dela fomos visitar o museu da cidade. O museu tem vários esculturas impressionantes que foram retiradas em escavações pelos diversos templos e tumbas da cidade. Há também 2 múmias expostas em ótimo estado de conservação. Valeu a visita!

Saindo do museu, reencontramos a Gabi e fomos todos provar o famoso Koshari, um prato típico egípcio que mistura macarrão, arroz, grão de bico, cebola frita e molho de tomate. O prato não é nada de mais, mas valeu a experiência. ✅😁
Voltamos para o hostel para pegar nossas coisas e fomos até o local para pegar um ônibus de várias horas com destino a Dahab, no Mar Vermelho, mas isso é tema do próximo post. 😉

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