17.01.2020 | Depois de dias agitados, com muitas visitas a templos, viagens de trem e algumas noites mal dormidas, chegava a hora de descansarmos no embalo das águas do Nilo. Na sexta, por volta do meio dia, nos buscaram em nossa pousada para seguirmos viagem em um cruzeiro pelo Rio Nilo por 4 dias / 3 noites. Nesse período, além de domir no barco também faríamos todas as refeições à bordo. Assim, realmente não precisávamos pensar em nada, era só descansar e deixar a correnteza do Nilo nos levar. 😉
Entramos no barco e logo fomos encontrar o Monte, que nos vendeu o passeio. No final do post falaremos disso com mais detalhes, mas já adiantamos que o contato é muito bom, pois economizamos muito comprando diretamente com ele. O Monte nos explicou sobre a programação dos próximos dias e nos auxiliou no check-in. Com a burocracia e pagamento finalizados, deixamos as malas no quarto e fomos almoçar. Passamos a tarde no deck do navio, admirando as lindas paisagens e um pôr do sol incrível!







Entre as cidades de Aswan e Luxor, existe uma infinidade de templos e através do cruzeiro é possível visitar os principais sem ter que ficar horas dentro de um carro.
Já era noite quando tivemos a primeira parada para visitar o templo de Kom Ombo. Para padrões egípcios, esse é um templo recente, da era ptolomaica (domínio grego / macedônico) e tem “apenas” uns 2.000 anos. Único no Egito, o templo é simetricamente dedicado a 2 deuses: Horus e Sobek, o deus crocodilo. Por conta disso, há no local também um museu com crocodilos mumificados. 🐊 😅
Nós optamos por não entrar no templo, mas ainda assim ver as colunas iluminadas do lado de fora já valeu à pena. Uma imagem diferente, já que geralmente essas visitas são feitas durante o dia.


De volta ao navio, fomos direto jantar. Depois curtimos um pouco o bar no terraço do navio e logo fomos dormir com o balanço do rio Nilo, pois o dia seguinte começaria cedinho…
O sol ainda nem tinha nascido quando acordamos para aproveitar segunda parada do navio: visita ao templo de Horus, na cidade de Edfu. Assim como Kom Ombo, esse templo é da era ptolomaica e foi construído nos últimos séculos a.C.. O templo é um dos mais preservados do Egito e impressiona pelo tamanho e imponência. Horus, ou deus falcão, era um dos deuses pagãos mais reverenciados no Egito e referências a ele existem desde os tempos pré-faraônicos.
O portal de entrada do templo tem 36m de altura e em cada um dos lados estão estátuas de Horus como falcão. Nas paredes de entrada, encontram-se também desenhos do faraó da época massacrando seus inimigos com a ajuda de Horus. No pavilhão externo, estão 32 imponentes colunas que conduzem os visitantes até as câmaras internas do templo.
Dentro, uma das salas mais interessantes é o “laboratório”. Ali eram criados e armazenados os perfumes e incensos e até hoje as receitas e ingredientes estão gravados nas paredes. Por último, há a sala conhecida como o santuário de Horus, onde ficava uma estátua de ouro do deus falcão. No local, hoje, há uma réplica da estrutura que carregava a estátua durante procissões festivas. A original encontra-se no museu do Louvre.







Depois dessa visita, voltamos para nossa casa flutuante com bastante fome e curtimos um demorado café da manhã. Aproveitamos as paisagens inspiradoras pra escrever no blog e, um pouco antes do almoço, fizemos um HH no quarto, com direito a cerveja, salgadinho e cartas.

Enquanto estávamos no quarto, o barco parou. Inicialmente pensamos que era apenas alguma parada técnica, mas depois de um tempo decidimos sair do quarto e perguntar. Foi quando descobrimos que havia um templo para visitar ali… 🙄
Tivemos um pequeno desentendimento com o staff porque não havia nenhuma informação sobre essa parada (havia um itinerário na recepção e essa parada não estava registrada) e saímos na correria para aproveitar os últimos minutos antes do barco partir.
O templo de Esna (ou Khnum – deus egípcio representado por uma cabeça de carneiro) está a 9m abaixo do nível do solo por conta de vários séculos de abandono após o domínio romano na região, os quais foram responsáveis por construir as colunas externas e adornar boa parte das paredes vistas de fora. O restante do templo (mais antigo) segue encoberto pela cidade ao redor. Tiramos umas fotinhos de longe e voltamos correndo pro barco para não ficar pra trás. 😅


Retornamos ao navio e fomos direto pro restaurante. Enquanto almoçávamos, vimos que város barquinhos se aproximavam do nosso e percebemos que estava rolando um comércio sobre as águas do Nilo. De repente, vimos uma movimentação no restaurante, todos se deslocavam para o terraço do navio. Foi quando descobrimos que estávamos prestes a atravessar a Eclusa de Esna.
Atravessar a eclusa é uma grande atração desse roteiro e uma experiência única. Os egípcios, que nunca perdem a oportunidade de fazer uma venda, aproveitam que os cruzeiros reduzem a velocidade e fazem de seus barcos uma loja ambulante. Eles arremessam produdos como lenços e toalhas, na confiança de que os que ninguém tiver interesse serão jogados de volta para eles. E a estratégia acaba funcionando. Nós mesmos presenciamos algumas compras ali! 😅




Depois de atravessar a eclusa, navegamos por cerca de duas horas e no final da tarde chegamos em Luxor, onde passaríamos as próximas quatro noites: duas delas à bordo do navio e mais duas em um hostel. Mas como as atrações em Luxor são infinitas, estamos fazendo um post exclusivo para esse destino.
Na primeira noite atracados às margens dessa cidade que respira história, a cultura egípcia invadiu o navio através de um show de dança do ventre que foi oferecido depois do jantar. No dia seguinte, no período da manhã aproveitamos para tomar um café da manhã com calma, saímos para correr às margens do Nilo e durante a tarde começamos a desbravar os templos de Luxor (tema para o próximo post).
Para quem tem pouco tempo, esse talvez seja não seja um passeio essencial. Pra gente, foi uma ótima oportunidade de descansar e visitar monumentos mais vazios, um pouco fora da rota comum e mais acessível. Além disso, pra mim (Gabi), navegar pelo Nilo faz parte de toda a magia que envolve esse país. Junto com as pirâmides, esse emblemático rio está no pacote das memórias afetivas de quando imaginava todo esse cenário ao aprender sobre o Egito nas aulas de história. Afinal, como diz o famoso ditado: “O Nilo é o Egito, e o Egito é o Nilo”.
Já se pra você o que pode impedir o passeio é o valor, temos uma dica quente. Ao ler muitos blogs para ver se fazer o cruzeiro valia a pena e também para encontrar um fornecedor com uma boa relação custo x benefício, encontrei o contato o Montasser, mais conhecido como Monte. Ele negocia tarifas especiais diretamente com as empresas de navio, inferiores aos que as próprias empresas anunciam. Além disso, os pacotes no Egito geralmente são negociados com muitos atravessadores na cadeia, o que acaba encarecendo os passeios.
Para as três noites à bordo do navio Semiramis III, da empresa SunRise, pagamos 150 USD por pessoa – com todas as refeições inclusas e guia para os principais passeios em Luxor.
Contato Monte: +20 102 511 1063
Nossa negociação foi toda por WhatsApp e funcionou super bem. No dia que chegamos em Aswan, ele foi até a nossa pousada para nos passar os detalhes do passeio e receber o pagamento de 50% do valor. O restante foi pago quando embarcamos no navio. Podem confiar que funciona direitinho. 😉

Deixar mensagem para Vera Nilse Cadore Piazza Cancelar resposta