02.10.2019 | Saímos de Munique numa quarta-feira, por volta das 10h da manhã. Pela frente tínhamos sete horas de ônibus até chegar em Firenze. Apesar da Europa ter uma extensa linha ferroviária, a passagem de ônibus tem um preço bem mais acessível e, quando se trata de uma viagem longa, economizar nos meios de transporte é um aspecto relevante. O FlixBus tem se popularizado muito por lá e tem linhas para os mais variados destinos. Sempre vale a pena comparar! 😉
Por conta disso, chegamos no nosso Airbnb já passavam das 20h. Saímos só para comer algo ali por perto e depois foi banho e cama. O dia seguinte começou com um tradicional panino e aquele expresso italiano bem curto, que acorda qualquer um! Bem despertados, fomos dar um giro na cidade e a primeira atração do dia foi a Ponte Vecchio, a única da cidade que não foi destruída durante a segunda guerra mundial.
Acredita-se que a ponde tenha sido inicialmente construída em 966, mas sua configuração atual data de 1345, já que a original foi totalmente destruída nas cheias de 1333. Lojas de joias, principalmente ouro, estão espalhadas pelos dois lados da ponte e ocupam o que era antigamente um comércio de peixes. A construção é linda, tornando qualquer caminhada às margens do rio Arno especial, principalmente durante o pôr do sol.



Depois de atravessar a ponte, passamos pela Galleria degli Uffizi, Palazzo Vecchio e Duomo, até chegarmos no Mercado Central de Firenze. O primeiro andar do mercado é cheio de lojas vendendo prosciutto, queijos, vinhos, verduras e muito mais. No segundo andar está a praça de alimentação, uma linda vitrine das delícias italianas! Sentamos ali e começou a sacanagem… rsrsrs. Comemos uma deliciosa entrada de mozzarella, prosciutto e tomates, seguida por uma massa. Tudo regado a um bom vinho da Toscana, claro. E pra ter forças novamente, uno espresso, per favore!!!!




Saímos do mercado já passavam das 15h e fomos direto para a Galleria dell’Accademia, o segundo museu mais visitado da cidade. O principal motivo que leva tantos turistas e estudiosos da arte a visitar o local é a famosa estátua de Davi, obra prima de Michelangelo. A escultura ficou pronta em 1504, após três anos de trabalho, e desde então ficava exposta a céu aberto na Piazza dela Signoria, em frente ao Palazzo Vecchio. Em 1910 foi transferida para a Galleria, onde permanece até hoje, a fim de evitar sua deterioração (no local original hoje se encontra uma réplica um pouco menor).
A escultura surpreende pelos detalhes que o artista conseguiu obter a partir de um grande bloco de mármore. A expressão imprimida no olhar de Davi é uma das coisas que mais desperta a curiosidade das pessoas. Enquanto uns dizem que a intenção de Michelangelo foi expressar a tranquilidade de Davi após ter derrotado Golias, a maioria acredita que a intenção do artista foi imprimir serenidade no seu olhar antes de sua batalha com Golias. Além dessa escultura, o museu tem uma sala muito interessante, onde se pode entender um pouco melhor os processos que os artistas utilizavam para criar essas impressionantes esculturas.




Para fechar o dia, fomos até a Gusta Pizza . Eu (Gabi), já tinha comido lá em 2009, quando vim à cidade para visitar a Camila, amiga da faculdade. Lembrava que o Calzone era delicioso, mas não sabia que a fama era tão grande. Chegamos lá um pouco antes de abrir, pelas 19h, e a fila já estava virando a esquina. Felizmente eles são ágeis e logo fomos atendidos. O sabor explica a fama – as pizzas estavam deliciosas!
No segundo dia em Firenze, decidimos fazer um walking tour para conhecer melhor a história dessa cidade. O passeio foi muito interessante! A guia explicou com mais detalhes toda a influência da família Medici no desenvolvimento da cidade. Ela também nos mostrou alguns detalhes que passariam por nós despercebidos, como a autoimagem que o artista Cellini esculpiu na parte de trás da cabeça de sua principal escultura, a Statua del Perseo (ver abaixo), em bronze, localizada também na Piazza dela Signoria.



O tour acabou na Piazza Santo Spirito, uma praça bem tranquila e charmosa. A região é cheia de restaurantes deliciosos. Por recomendação da guia, almoçamos na Osteria Santo Spirito e as massas estavam maravilhosas! emoji



Durante a tarde caminhamos novamente até a Duomo, dessa vez para fazer a visita. Para deixar a espera mais agradável, pegamos um gellatto e aí nem vimos o tempo passar. Depois de uns quarenta minutos já estávamos dentro da catedral. O que mais impressiona é sua cúpula forrada de afrescos, com 54 metros de diâmetro, uma das maiores do mundo. Para ter uma vista diferente da cúpula da catedral, fomos até a Biblioteca delle Oblate. Lá tem um café bem gostoso no alto do prédio, com um visual bem especial do Duomo e arredores.








Saímos de lá já por volta das 18:30h e caminhamos até a Piazzale Michelangelo, um ponto mais alto da cidade. O lugar te presenteia com uma vista linda de Firenze. No horário do pôr do sol o passeio fica ainda mais especial… As cores do céu da Toscana são mesmo indescritíveis, deixando tudo ainda mais lindo. Além disso, um artista de rua se apresentava no local, sentamos na escadaria e ali ficamos, só curtindo 😉




Pra fechar o dia voltamos à praça Santo Spirito. A lista de recomendações era grande por lá, dessa vez provamos a Trattoria I’Raddi e pedimos bruschetas e uma tábua de frios, acompanhados de um bom vinho da toscana, programa perfeito para uma sexta-feira à noite!
No sábado pela manhã, como era de costume em SP, saí (Gabi) para correr e curtir essa parte da rotina que deixa saudade. Para ficar ainda mais especial, o percurso foi às margens do Arno, atravessando a linda Ponte Vecchio mais uma vez! Depois do treino feito, nosso último dia em Firenze foi dedicado a Galleria degli Uffizi.
O local tem esse nome porque foi construído para abrigar a “prefeitura” da cidade, sendo inaugurado em 1560. À época, a cidade estava sob o comando da família Medici, que passou a abrigar no local algumas obras de arte da sua coleção. Em meados do século 18, com a morte da última integrante da família, o acervo foi doado ao estado, com a condição de que as obras permanecessem em Firenze ou na Toscana. Em 1769 o museu foi aberto ao público. Ali estão as obras mais renomadas o Renascimento. Dentre elas, destacam-se os acervos de Leonardo da Vinci, Rafael, Botticelli e Michelangelo.






Ficamos no museu umas três horas. Quando saímos, já passava das 16h e estávamos com muita fome. Ali pertinho, na Via dei Neri, fica o All’Antico Vinaio, um dos lugares mais recomendados para se comer Schiacciata. O nome do sanduíche é por conta do tipo de pão utilizado, um tipo de focaccia tradicional de Firenze, que leva recheios variados, geralmente com embutidos, queijos e salada, e é muito saboroso.
Alimentados, caminhamos até a Santa Croce, onde está o Pantheon delle Glorie Nazionali, que abriga restos mortais de grandes figuras italianas como Michelangelo, Niccolò Machiavelli, Galileo Galilei. Como a visita era paga, optamos por ficar do lado de fora e apreciar a fachada da igreja, que é muito bonita!
Em seguida, retomamos o tour gastronômico, afinal, da lista de recomendações ainda tínhamos muitas sorveterias para conhecer. Foi a vez de provarmos as delícias da Vivoli. Por lá entendemos a importância do gelatto para os italianos, ninguém pode ficar sem e também não deve ser dividido. Até o cachorro ganha o seu potinho e não deixa uma gota se quer!


A próxima parada foi na Fontana del Porcellino. Uma estátua de bronze que representa um javali, mas é chamada de porquinho. A lenda é que, para voltar a cidade, é preciso acariciar o focinho. Eu (Gabi), fiz isso na primeira vez que vim e dez anos depois cá estou novamente. Na dúvida, melhor não arriscar e seguir a tradição!


Perambulamos mais um pouco pela cidade, curtindo o clima boêmio, único dos fins de tarde de sexta-feira. Ficamos só observando as figuras que encontrávamos pelo caminho e para fechar nossa passagem por Firenze, caminhamos mais uma vez pelas margens do Arno. Sentamos em uma mureta e lá ficamos até o pôr do sol, só apreciando a aquarela de cores única do céu da toscana. Ainda bem que seguimos a tradição do Porcellino. Até a próxima, Firenze!!!





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