05.09.2019 | Difícil colocar em palavras o que foi esse país pra nós. Desde o começo, a ideia da viagem era priorizar a visita a lugares que desconhecíamos e culturas diferentes da nossa, e foi exatamente isso que encontramos por aqui!
No trajeto do aeroporto ao hotel, quanto mais nos aproximávamos da Medina (área murada e mais antiga das cidades árabes), mais atentos ficávamos para reparar tudo que estava ao nosso redor. Como é bom, mesmo depois de três meses na estrada e com mais de trinta países já visitados, resgatar essa vontade de chegar no quarto, largar tudo e sair correndo para conhecer a cidade. Aquela sensação de criança chegando na Disney, perdida sem saber para onde olhar. É assim que você se sente ao chegar em Marrakech.
E assim foram nossos dois primeiros dias por aqui. Caminhando pela Medina e seus intermináveis Souks (mercados locais), comendo muito tagine (cozido de carne/frango com legumes típico marroquino) e curtindo o café da manhã calmo e delicioso no Riad (casas tradicionais que tem como característica principal o fato de se estruturarem em volta de um pátio interior central com jardim). Assim fomos absorvendo tudo aquilo de novo que a cultura árabe nos apresentava e deixando a curiosidade nos levar… as fotos falam mais do que palavras 😉



















Na sexta-feira, nossa segunda noite por aqui, encontramos a Kat e o Afonso, casal de amigos de SC/SP que estava de férias no Marrocos. Fomos jantar num restaurante que tem apresentações de dança do ventre e músicas tradicionais. Um programa bem turístico, mas que valeu à pena. Deu pra se divertir bastante… 😅





No sábado pela manhã, nós quatro fomos fazer um walking tour para explorar a cidade além dos Souks e o choque de cultura já aconteceu antes mesmo do nosso passeio começar. Enquanto eu (Gabi) aguardava o guia, o James foi ao encontro do Afonso e da Kat. Assim que eles se juntaram à nós, o guia deu a mão para cumprimentar os homens e, naturalmente, a Kat esticou a sua para cumprimentá-lo. Foi quando ele disse: “… desculpe, mas há dez anos me converti e desde então parei de fumar, beber e ter contato físico com mulheres…” 😳 Obviamente sabíamos que estávamos em um país islâmico e algo assim podia acontecer, mas os marroquinos no geral tendem a ser menos conversadores e por isso a surpresa. Enfim, absorvemos aquilo e começamos o tour.
A primeira parada foi na mesquita Kutubiyya, a principal de Marrakesh. Por lá ficamos quase uma hora, enquanto nosso guia nos dava detalhes sobre a história do islamismo e de Marrakesh. O guia, apesar do susto inicial, tinha muito estudo e conhecimento e aprendemos muito sobre a cultura e o modo de viver local. O James ficou tão interessado que quase foi convertido… rsrsrsrs







Caminhamos um pouco mais pela Medina com direção à Medersa Ben Youssef. Medersas (ou Madraças) são as escolas muçulmanas de ensino superior, e como é de se esperar, são especializadas em estudos religiosos. A Ben Youssef é a maior e mais importante de todo o país, com 130 quartos que permitiam abrigar até 900 estudantes. Por conta de sua arquitetura impressionante, o monumento é um dos principais lugares a se visitar em Marrakech. Nós infelizmente não conseguimos entrar, pois o local está fechado para reforma. Fica para a próxima… 😉 A última parte do walking tour foi pelo labirinto dos Souks. A parte legal de estar com um guia é que ele te leva a lugares do mercado que dificilmente descobriríamos, como a área onde ocorre leilão de couro cru durante as manhãs.
Fim do tour, paramos no Cafe des Epices, um lugar bem gostoso (e com ar condicionado), perfeito pro almoço, vale à pena anotar a dica! Alimentados e descansados, continuamos a caminhada pela Medina em direção ao Bahia Palace. O palácio foi construído no século XIX como uma residência privada do grão-vizir (uma espécie de chefe de estado) do Marrocos e posteriormente foi moradia do “residente-geral” (administrador colonial) na época do protetorado francês na região. O palácio tem cerca de 150 salas e é um dos mais impressionantes do Marrocos.





A próxima parada foi no Jardin Majorelle. Trata-se de um jardim botânico que leva o nome do seu fundador, o pintor francês Jacques Majorelle, que o criou em 1931. Posteriormente, o jardim foi adquirido por Yves Saint Laurent e Pierre Bergé, seu esposo. Lá, inclusive, foram depositadas as cinzas de Saint Laurent após a sua morte. O jardim é cheio de cores vivas, misturando o azul (majorelle) das paredes e vasos com o verde das plantas exóticas trazidas de várias partes do mundo. Um lugar maravilhoso e uma espécie de refúgio em meio ao caos de Marrakesh.





No Marrocos o consumo de bebida alcoólica é bem restrito, especialmente nas Medinas. Aproveitamos que o jardim fica fora da Medina e nos abastecemos com algumas cervejas e vinhos e fomos pro Riad onde a Kat e o Afonso estavam hospedados para curtir o último sunset marroquino deles. O pôr do sol no Marrocos é algo especial, muuuito lindo! Na negociação para pegar um taxi que levasse nós quatro, conseguimos só um tuktuk improvisado, uma emoção a mais pro nosso passeio 😅. Anoiteceu e bateu a fome, saímos para comer algo e, no meio do caminho, ainda rolaram as últimas pechinchas e compras pelos Souks de Marrakech, um fim de noite bem divertido! Kat e Afonso, que bom que conseguimos organizar os roteiro para nos encontrarmos por aqui. Saudades dos nossos dias já, nos reencontramos por SP, SC, ou algum outro canto 😘


No domingo aproveitamos para descansar, tomamos o café da manhã tranquilo no Riad, fizemos algumas reservas e assim seguiu o dia. Só saímos mesmo para almoçar e jantar. Descansados, estávamos prontos para partir na segunda cedo rumo ao Sahara!!! 🐫 😃

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